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Indo além das trends: prevendo movimentos e afirmando relevância como marca

Marcas que constroem liderança não seguem modismos: elas antecipam tendências, interpretam sinais emergentes e transformam isso em vantagem competitiva.

A diferença entre ser lembrado e ser relevante

No universo do marketing, poucas coisas mudaram tanto quanto a forma de se conquistar atenção. Se antes bastava ocupar espaço publicitário, hoje as marcas disputam um ativo mais raro: relevância. E relevância não se conquista surfando apenas em trends, mas interpretando movimentos que realmente moldam o comportamento de consumo.

A linha que separa um modismo de uma tendência sólida é, muitas vezes, tênue. Mas para quem lidera marketing e comunicação em empresas, reconhecer essa diferença pode significar o sucesso de uma estratégia de longo prazo ou a perda de autoridade em meio ao ruído digital.

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Modismo, tendência e megatendência: não confunda os sinais

Quantos memes você viu na última semana? Quantos deles ainda farão sentido no mês que vem? É aqui que está o risco.

  • Modismo: passageiro, rápido, divertido, mas instável. Pode até gerar visibilidade, mas não constrói valor.
  • Tendência: movimento consistente, que aponta para mudanças reais em valores e comportamentos. Pode durar anos e atravessar setores diferentes.
  • Megatendência: transformação estrutural, com impacto global e de longo prazo. Sustentabilidade, envelhecimento populacional e digitalização são exemplos claros.

Saber distinguir os três níveis é essencial para direcionar energia e orçamento para o que realmente importa.

Por que entender tendências é essencial para líderes de marketing

Empresas que dominam a leitura de tendências têm uma vantagem estratégica clara: preveem antes de reagir.

  • Antecipam demandas de consumo, evitando ficar presas ao imediatismo.
  • Criam conexões autênticas, porque alinham suas narrativas ao que realmente move as pessoas.
  • Orientam decisões de inovação, guiando o desenvolvimento de produtos, serviços e experiências.
  • Protegem a reputação, evitando o risco de apostar em movimentos oportunistas que soam desconectados.

Essa é a diferença entre ser mais uma marca na timeline ou se consolidar como referência no setor.

Como identificar tendências emergentes

Uma tendência não se apresenta como breaking news. Ela surge primeiro em sinais fracos, comportamentos ainda discretos, muitas vezes restritos a subculturas ou nichos criativos.

Algumas formas de captar esses sinais:

  • Escuta ativa em comunidades: fóruns, grupos e creators que funcionam como “laboratórios sociais”.
  • Observação do cotidiano: o que aparece em hábitos de consumo, estética, linguagem e formas de interação.
  • Pesquisa de mercado e análise preditiva: relatórios setoriais, dados de consumo e estudos comportamentais.
  • Eventos e hubs de inovação: festivais, conferências e espaços criativos que funcionam como vitrines do que vem por aí.

O ponto-chave é que identificar tendências exige sensibilidade, método e disciplina.

Casos que ilustram o impacto da leitura de tendências

  1. Da sustentabilidade como discurso ao ESG como exigência

Há uma década, falar em sustentabilidade ainda era visto como diferencial. Hoje, virou pressuposto básico de operação. O que antes parecia “bom para comunicação” se consolidou como prática obrigatória. Empresas que captaram esse movimento cedo estruturaram políticas de ESG robustas e hoje colhem não só reconhecimento de marca, mas vantagens competitivas em mercados regulados.

  1. A ascensão da economia da experiência

De viagens imersivas a shows interativos, o consumo deixou de ser sobre “ter” e passou a ser sobre “viver”. Marcas que entenderam isso cedo criaram experiências que ampliam o valor percebido do produto. O setor de alimentação, por exemplo, não vende apenas pratos, mas atmosferas e rituais. Isso não nasceu como modismo, mas como tendência ligada a uma mudança de valores: o desejo por memórias em vez de objetos.

  1. O poder do streaming como centralidade cultural

Não se trata apenas de trocar a TV pelo streaming. Plataformas se transformaram em grandes formadoras de comportamento. Do vocabulário às estéticas, o impacto cultural é massivo. Marcas que observaram esse movimento cedo passaram a integrar suas narrativas com esse universo, criando colaborações estratégicas e campanhas que ressoam além da tela.

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Métodos de pesquisa de tendências que importam

Diferentes abordagens ajudam a transformar sinais em estratégia:

  • Coolhunting: observar margens criativas, ruas, festivais e movimentos independentes que antecipam inovações.
  • Etnografia digital (netnografia): interpretar comportamentos e linguagens em comunidades online.
  • Design fiction: criar protótipos ou narrativas ficcionais para explorar futuros possíveis e testar cenários.
  • Horizon scanning: mapear continuamente sinais fracos em diversos setores para detectar movimentos emergentes.

O importante não é aplicar todos os métodos, mas adotar um processo consistente de observação e análise.

Tendências não são sobre algoritmos, são sobre pessoas

O futuro não é definido apenas por dados. Ele nasce da interseção entre tecnologia e humanidade. Por isso, entender tendências não é “ler gráficos”: é compreender valores, desejos, tensões e contradições humanas.

Philip Kotler já apontava no conceito de Marketing H2H (Human to Human): o desafio não é vender para consumidores, mas dialogar com pessoas reais. Essa visão se confirma hoje, em um contexto onde consumidores exigem propósito, ética e conexão real.

O papel da liderança: criar, não apenas seguir

Relevância cultural não nasce da pressa em participar de cada movimento que aparece no feed. Ela nasce da coragem de assumir um lugar de liderança. Marcas fortes não são apenas aquelas que identificam tendências, são as que têm autoridade para transformar sinais em movimentos próprios.

Isso exige postura clara e disciplina estratégica:

  • Selecionar com rigor quais tendências de fato se conectam ao propósito da marca, separando o que é passageiro do que pode sustentar narrativas de longo prazo.
  • Recusar o oportunismo de entrar em todas as trends apenas para “marcar presença”. Presença sem coerência gera ruído, não relevância.
  • Transformar sinais em ação concreta, com campanhas, produtos, serviços e experiências que traduzam a tendência em valor real para o público.
  • Sustentar a narrativa ao longo do tempo, reforçando mensagens em diferentes frentes para consolidar autoridade em torno do tema.

Quando uma marca ocupa esse espaço, ela não apenas acompanha a conversa, ela define a pauta. É assim que empresas deixam de ser seguidoras de tendências para se tornarem referências.

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Relevância é previsão, não reação

Ir além das trends é recusar o papel de seguidor. É assumir o comando, antecipar movimentos e afirmar relevância de forma consistente.

A leitura de tendências não deve ser vista como algo “extra” ou “periférico”, mas como pilar estratégico da comunicação e do posicionamento de marca.

No fim, as empresas que prosperam não são as que entram em todas as conversas, mas as que conseguem construir narrativas sólidas, alinhadas ao que move a sociedade agora e ao que a moverá amanhã.

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